Pedinte na cidade- Eduardo Mesquita


De corpo inclinado andando de sacola
Pedinte da rua de pão e de cobre,
Rasgado nas vestes velhinhas de pobre
Peleja na vida o sabor da esmola.

Com os seus sapatos nus sem resteas de sola,
Vai pedindo o pão a alguém que lhe sobre
E é depois de ouvir uma resposta tola,
Que o seu coração se torna mais nobre.

É uma alma pura mostrando as suas dores
Que de porta em porta procura sobreviver,
É um envolvido por muitos dissabores.

Ele é para alguns o seu esquecer
Quando todos sabemos que viver de favores
É o que muitos fazem sem ter que sofrer.

Eduardo Mesquita

Comentários

Gostei desta sua poesia, retrata uma verdade dos nossos dias, do nosso mundo, se todos os que vivem de favores fossem pedintes como esse pedinte, com certeza também a esse dariam mais atenção.

Abraços, comprimentos.
RAMA.LYON disse…
Disse muito bem, no comentário atrás, o amigo Alexandre Monteiro...''se todos os que vivem de favores fossem pedintes como esse pedinte, com certeza também a esse dariam mais atenção''.
Deixe-me acrescentar...
Se todos os que vivem de favores passassem a pedintes, não se poderia mais circular nas ruas, mas paciência, o Mundo é assim...infelizmente.

RAMA LYON