Entre as pedras livremente
Vais descendo lá da serra
Para vires de tangente
Dar um beijo à minha terra.
Rio Mondego, quero ter,
A resposta verdadeira,
Porque vais sempre a correr
Da Estrela até à Figueira.
Mas isso é velho segredo,
Bem traçado nos teus planos,
Escondido no arvoredo
Sabe Deus, à quantos anos.
Quando passas em Coimbra
Ouves o fado do estudante,
Sem sequer teres ainda
Lá parado um só instante.
Continuas o teu caminho
Mostrando ser o maior,
A dizer muito baixinho
Um adeus a Montemor.
Nos braços levas pró mar
No turbilhão das tuas águas,
Ao de cima a baloiçar
Alegrias, dores e mágoas.
À Figueira tu vais ter
Após tanto caminhar
E finalmente poder
No Oceano descansar.
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