Varanda dos amados pensamentos ligados- Moisés Correia



Num traço de avião, desvendo o teu rosto,
Rosto de nuvem em céu azul, luz do infinito…
Infinito desfasamento de Poalhas em fundo fosco,
Fosco cálice vazio que cala a voz de um grito!

Grito queimado nas cinzas de um cinzeiro,
Cinzeiro apagado de um quarto de hotel perdido…
Perdido por um ardente amor, enamorado por inteiro!
Inteiro o calor de um corço que arde consumido.

Consumido num vasto horizonte sofrido,
Sofrido o sabor amargo, agora encontrado…
Encontrado amanhecer que se dá por vencido,
Vencido pelos versos que galgam o desejado…

Desejado o perfeito acordar do teu sorriso,
Sorriso despertado por um solto e leve beijo…
Beijo molhado, que abre portas a um paraíso,
Paraíso que descalço caminha nas ruas do desejo.

Desejo que chega como chuva dissolvente,
Dissolvente o sentimento que escoa no tempo…
Tempo desprotegido por um vento indolente!
Indolente sentimento que sopra nos cumes do alento!

Alento que se escapa das grutas sombrias
Sombrias trajectórias que ao mar vão desaguar…
Desaguar dos desencantos embalados pelas águas frias
Frias, flutuam nas valsas das marés do marulhar!

Marulhar do embriagado champanhe que demanda,
Demanda os tristes sentimentos despedaçados!
Despedaçados pelo vazio que por ti sinto na varanda…
Varanda dos amados pensamentos ligados!
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-Manzas-

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