Deveras eu parto nesta noite sem destino
Para uma viagem que eu não tracei
E em vez do descanso que em ti sonhei
Tenha o cansaço de um peregrino.
Terras do além da dor visitarei
Lugares desconhecidos onde perderei o tino
Aos deuses que rezei quando era menino
De rezar, por ser tão descrente, eu deixarei.
De sacola ao ombro serei mais um pecador
Condenado por a verdade querer usar
Serei nos mares mais um Adamastor.
E mesmo que nos ceus me apareça um anjo a voar,
Fiel aos demos eu quererei ser o maior,
Aquele que o inferno um dia, vai encontrar.
A todos os que não acreditam na verdade.
Eduardo Mesquita.
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