Azeitona madurinha
Nos ramos fazendo enfeite
Vais deixar de ser pretinha
No lagar feita em azeite.
Mas na rama a baloiçar
Não te tornes descuidada
Porque podes ir findar
No bico da passarada.
Resistes ao Inverno frio
E ao rigor dos temporais,
Não queiras perder o pio,
Escorraça esses pardais.
Dentro em breve o lavrador
Te prenderá em seus braços
E vais seguir com fervor
O caminho dos seus passos.
No lagar vais ser moída
Com a arte portuguesa,
Transformada em bebida
Para o bem da nossa mesa.
Vais sofrer outra faceta
Nesta tua caminhada
Deixarás de ser preta
Para vires a ser dourada.
Num trabalho complexo
Feito em ti com deleite
Mudas de nome e de sexo
E passarás a ser azeite.
Comentários
Muito bonito este poema, gostei.
beijinhos
sonhadora