Na hora magoadíssima do poente
- quase apagada já a luz do dia –
rezava a tua voz tão docemente
que nem o mar, o grande mar, ouvia.
Na minha mão, a tua mão ardente;
no meu, o teu olhar que se morria
e o mar a nossos pés em tom crescente
cantando, nem eu sei que litania.
Depois... sei lá que sucedeu depois!
A mesma chama nos prendeu aos dois
e a ambos fustigou, como um açoite.
Nem sei se foi sutil, se foi agreste...
Apenas sei que o beijo que me deste,
foi a primeira estrela dessa noite.
Maria Helena
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