Erguei até à fronte em noite escura,
duma lâmpada, acesa, a luz arfante.
Em torno a vós, baila uma sombra escura
e a luz vai projetar-se para avante.
Sustendo a lâmpada a igual altura,
correi depois para essa luz brilhante;
a treva, aos vossos pés corre segura,
e a luz sempre a fugir sempre distante. . .
Poetas! Eis aqui simbolizada
na sombra, a nossa mágoa inominada,
na luz, o além, como um clarão no mar...
Na sombra, a permanente, a eterna dor,
na luz, a aspiração dum grande amor
que nunca, nunca havemos de alcançar...
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