Não vês? Ergueu-se a chama prisioneira
e que aos poucos morria de abandono.
O teu olhar pousou-se na roseira
e a roseira floriu, perto do outono.
O meu sonho de luz em cachoeira
não tinha cor nem frêmito nem dono
- que estava ainda a meio da ladeira
e agonizava de vazio e sono.
Porém, o sol rompeu no céu contente
e o meu corpo cansado de poente,
amanheceu numa alegria sã.
Não vês? Beija-me a boca ardente e louca
e dize-me depois se a minha boca
não tem um gosto nítido a manhã...
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