Acordo como os pássaros cativos,
Com a ária da vida nos ouvidos.
Acordo sem amarras nos sentidos,
Fiéis à sempiterna liberdade...
Nada pôde vencer a lealdade
Que juraram à deusa aventureira.
Nem as grades do sono, nem a severidade
Da noite carcereira.
Acordo e recomeço
O canto interrompido:
O desvairado canto
Da ira irrequieta...
- O canto que o poeta
Se obrigou a cantar
Antes de Ter nascido,
Antes de a sua angústia começar.
Miguel Torga
Comentários
O meu querido Torga!
O meu mais amdo poeta.
Belo, belo, este poema.
Obrigada.
Um abraço
viviana