Enfim, posso morrer! Já te beijei
a linda boca perfumada e quente,
num beijo longo, divinal, fremente,
um beijo aonde toda me entreguei ...
Não me conheço agora. Já nem sei
se fiz bem, se fiz mal. Minh'alma ardente,
sofria por um bem que tinha ausente,
e morro na ventura em que fiquei...
É assim, o meu amor: eu que vivera
na crença de esperança já perdida,
tenho de ti o bem que apetecera !
Por esse beijo, vivo tão dorida,
que para ser feliz antes valera
ficar a desejá-lo toda a vida!...
Helena Verdugo Afonso
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