Soneto da separação- Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



Comentários

Minha querida
Como sempre belas poesias, escolhes sempre bem.

deixo um beijinho

Sonhadora
. disse…
Acho de uma tristeza este poema..mas perfeito
Abraços
Eduardo Mesquita disse…
Afinal a poesia personifica sempre o estado de alma de quem escreve. Por muitos temas que a poesia possa abranger, a tristeza é aquele que é mais comum na alma de quem escreve o que equivale a dizer, o expressar dos seus sentimentos. Vinicius de Morais foi um grande poeta, que enalteceu assim singularmente a tristeza. Parece ser assim muito mais facil ,viver com a tristeza , fazendo dela um bem que cabe sempre nos nossos sorrisos.

Eduardo