Saudades- Casimiro de Abreu

Nas horas mortas da noiteComo é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de magoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então - Proscrito e sozinho -
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
 São prantos cheios de dores:
 Saudades - Dos meus amores
Saudades - Da minha terra!

Casimiro de Abreu


Comentários

Gostei muito deste poema. A simplicidade e profundidade juntas.