Antes que tudo morra de tristeza
e as coisas desta vida ponham luto,
antes que o mar imenso fique enxuto
e se apague no Céu a Lua acesa
Antes que falte o pão em cada mesa
e tombe no pomar o último fruto,
e o látego de um vento resoluto
sem compaixão castigue a Natureza
Antes que as minhas mãos fiquem mais tristes,
mais cansadas e frágeis e tão nuas
como as ervas rasteiras e singelas,
amor que ainda não tenho, mas que existes,
ri ao prenderes minhas mãos nas tuas,
já que eu tanto chorei por causa delas.
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