Não sei o que de mim pensam
Quando me vêem chorar;
Mas quero que se convençam
Que a dor também faz cantar.
Fiz do meu estro uma vara
Para medir a verdade
E dar com ela na cara
Do cinismo e da vaidade.
Se tudo me foi vedado,
Se vivi de tudo à míngua,
Deixai que vos mostre a língua
Com o freio bem cortado.
Se umas quadras são conselhos
Que vos dou de boa fé;
Outras são finos espelhos
Onde o leitor vê quem é.
À carta que me mandaste,
Em troca à minha, que leste,
Preferia o que pensaste
Àquilo que me escreveste.
Contigo em contradição
Pode estar um grande amigo;
Duvida mais dos que estão
Sempre de acordo contigo.
António Aleixo
Quando me vêem chorar;
Mas quero que se convençam
Que a dor também faz cantar.
Fiz do meu estro uma vara
Para medir a verdade
E dar com ela na cara
Do cinismo e da vaidade.
Se tudo me foi vedado,
Se vivi de tudo à míngua,
Deixai que vos mostre a língua
Com o freio bem cortado.
Se umas quadras são conselhos
Que vos dou de boa fé;
Outras são finos espelhos
Onde o leitor vê quem é.
À carta que me mandaste,
Em troca à minha, que leste,
Preferia o que pensaste
Àquilo que me escreveste.
Contigo em contradição
Pode estar um grande amigo;
Duvida mais dos que estão
Sempre de acordo contigo.
António Aleixo
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