Era Páscoa na aldeia
A cruz andava na rua
E Jesus da Galileia
Foi da minha casa à tua.
As pessoas, animadas,
Marcavam sua presença,
Tão alegres, bem trajadas,
Na fé pura duma crença.
Quando entrei no teu lar
para beijar o Senhor
Cruzei-me com teu olhar
E vi nele todo o fulgor.
Entre nós então surgiu
Qualquer coisa retumbante,
Que p'ra sempre nos uniu
Naquele preciso instante.
Ao beijares aquela cruz
Tive em mim um tal desejo,
De sentir, como Jesus
A carícia do teu beijo.
Nesse dia primaveril
Com ternura tão sincera,
Eu fui cravo de Abril
E tu flor da Primavera.
Muita Páscoa já passou
P'lo jardim da nossa vida,
Mas essa que nos juntou
Nunca vai ser esquecida.
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