Não sei o que vai para além desta tristeza,
que me enxuga as lágrimas que derramei,
nao é a distância que me tira a certeza,
que triste, longe de ti estou e sempre estarei.
Triste, aliado de mim, é este momento,
que se cruza com este tremular das minhas mãos,
é uma hora de fadiga,é um constrangimento,
que corroi no silêncio, que fere, meus olhos orfãos.
Assim ficaram, sós, perdidos, quando parti,
quando ao longe vi a tua imagem desaparecer,
de tão tristes choraram, porque eu senti,
que perdiam, o que de mais belo tinham para ver.
Lamentos estes, que de poeta são, de tão sentidos,
assim escritos com palavras que se não pensam,
são sentires moribundos, passos combalidos,
ofegantes suspiros que nos meus olhos se condensam.
Sempre as lágrimas, sempre a tristeza, sempre a dor,
quando tenho que partir, quando tenho que te deixar,
sempre esta maneira de só eu poder dar valor,
às lágrimas, que jamais alguém me irá ver chorar.
Eduardo Mesquita
foto Fernanda R. Mesquita
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