Eu e a solidão- Eduardo Mesquita



Quando fito de perto o teu semblante
Tão ávido de amor, tão desventurado
Sinto-me finalmente acompanhado
No planeta da dor, no céu palpitante.

Quis unir-nos para sempre o nosso fado
Neste viver de nostalgia delirante
Nesta farsa de vida agonizante
Esquecemos o presente, lembramos o passado.

Juntos vagueamos, sem rumo, sem ambição
Nesta dor louca de só saber sofrer
Que nos fortalece nesta ilusão.

Fazemos os dois, um só...o nosso viver
Tu e eu companheira solidão
Já tivemos tudo...falta-nos morrer.

Eduardo Mesquita.

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