Cai a neve de mansinho
Produzindo branca teia,
A cobrir da cor do linho
As casas da minha aldeia.
Como sendo seu costume
A velhinha cá da Beira,
Vai à lenha, acende o lume,
Faz vibrar uma fogueira.
Depois vai saboreando
O calor zeloso e terno,
Lá fora o vento uivando
Mede forças com o Inverno.
Como ela fica contente
À volta desta braseira,
Cortejada docemente
Por tão nobre companheira.
Se os netinhos lá estão
Ainda sente mais alegria,
Palpita-lhe o coração
No passar de cada dia.
Oh que bom ter o conforto,
Debaixo deste telhado,
Onde o ramo mesmo torto
Nos dá fogo redobrado.
Brilha a brasa na lareira
Sempre, sempre a crepitar,
Louvada seja a fogueira
Que aquece o nosso lar.
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