Não cabe no mundo
O meu mundo
Nem o teu mundo
Cabe no meu
O mundo são os teus olhos
Esse sentir partilhado
No olhar provocado
O meu pelo teu
Soberano intenso profundo
É terra e mar e céu
Nele me afundo
No teu aprofundo
O belo hediondo
A claridade e o breu
No teu mundo a existir
E no meu a existência
No mundo a coerência
De tudo e tanto sentir
A leveza da demência
Que mundo será o meu
Que assim deixa permitir
Ignorando o mundo teu
E me faça desistir
Desta sensível apetência
Do Ser e do eu
Feito mundo
Essência
Fecundo
Tu e eu
…
musa
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