És para os olhos, deusa a mais formosa,
és para o tato a sensação violenta,
és da volúpia um fruto cor-de-rosa,
teu hálito adormenta.
Dá-me um vinho tão louro como a luz
que o sol espraia sobre o azul do mar,
faz crescer em mim o gozo a flux
e deixa-me sonhar.
Minh'alma anda a vestir-se de esplendores;
quer conhecer, ó planta envenenada,
num leito excepcional, de madrugada,
e embriaguez das flores.
Desejo amar-te ao menos por instantes;
rasga, despe o vestido - esse tesouro
de gaza branca e azul, bordado a ouro,
aljofres e diamantes.
Quero sentir-me preso dos teus braços,
perfeitos como um sonho escultural;
deixa que eu suba em lânguidos abraços
a um róseo mundo ideal.
Mas depois, cortesã, ó flor da escória,
quando eu tombar exausto, amortecido,
lança-me à vala, eu devo ter morrido
ébrio de gozo e glória !...
és para o tato a sensação violenta,
és da volúpia um fruto cor-de-rosa,
teu hálito adormenta.
Dá-me um vinho tão louro como a luz
que o sol espraia sobre o azul do mar,
faz crescer em mim o gozo a flux
e deixa-me sonhar.
Minh'alma anda a vestir-se de esplendores;
quer conhecer, ó planta envenenada,
num leito excepcional, de madrugada,
e embriaguez das flores.
Desejo amar-te ao menos por instantes;
rasga, despe o vestido - esse tesouro
de gaza branca e azul, bordado a ouro,
aljofres e diamantes.
Quero sentir-me preso dos teus braços,
perfeitos como um sonho escultural;
deixa que eu suba em lânguidos abraços
a um róseo mundo ideal.
Mas depois, cortesã, ó flor da escória,
quando eu tombar exausto, amortecido,
lança-me à vala, eu devo ter morrido
ébrio de gozo e glória !...
Antonio Fogaça
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