Jorge Carlos Amaral de Oliveira
Nasceu no Rio de Janeiro, a 23 de Julho de 1952. Despertou para as artes no Estado do Acre, na Amazónia Brasileira, o que o levou a abandonar o curso superior de Geografia para, a tempo integral, lançar mão das mais variadas formas de expressão artística e, através delas, gritar a sua indignação contra as injustiças para com as gentes e as matas do Acre. Ao profissionalizar-se nas artes cénicas, adoptou o pseudónimo de João Maiara e, em 1995, por sugestão do pintor Zé Cordeiro, passou a assinar os seus desenhos como Mané do Café. Fez de tudo nas artes e ainda foi jornalista, professor e animador cultural.
Pode seguir Aqui: DE JORGE A MANÉ
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INTRODUÇÃO
Luís é fadista. O rabo de cavalo é uma forma de ostentar a vaidade bairrística. Atrás dele está sempre o Bruno, seu afilhado no fado. Luís Guimarães, 24 anos, e Bruno Igrejas, 17, são o fado. São verdade. A prova de que os bairros de Lisboa continuam o grande laboratório de vivências vadias com uma guitarra sempre à mão. Que os restaurantes típicos dão corpo a um culto que não é falso, apenas encontra sustento para fazer o que não quer deixar de fazer: cantar o fado.
Ao compilar estes 20 temas, Mané do Café prova que a canção típica de Lisboa faz-se em Alfama, na Mouraria, da Graça ao Castelo... E evita que alguém pense que canta realmente o fado sem ir até lá. Sem cheirar as vielas e ouvir o som das suas gentes. As tascas são o conservatório e o taberneiro o maestro de ocasião. Um simples desviar de olhar pode significar o fracasso, mas se servir mais um tinto, então está afinado.
Mané chegou a Portugal em 1990. Na bagagem trazia os pincéis e a tinta-café. Ficou preso à Mouraria e atracado em Alfama. De turista passou rapidamente a cultor das tradições mais íntimas e saudavelmente boémias de Lisboa. O bar que desenhou transformou-se no principal difusor da guitarra ébria de uma velha cidade sem horas para retomar a casa. “Tejo bar” é um pequeno centro cultural-popular onde a única regra é não ligar aparelhagens. Pode parecer simples, mas tem o extraordinário efeito de transformar cada noite numa inevitável composição. Seja pela embriaguez dos fadistas que fecham os restaurantes turísticos e depois se extravasam no prazer das cordas entre amigos, seja pela influência dos muitos estudantes estrangeiros que acrescentam, ou traduzem, nos fados.
“Lisboa – Fados e Vielas” é um convite a todos para se aventurarem nas artes fadísticas, ao mesmo tempo que guia os visitantes por uma Lisboa de bigodes latinos, gatos independentes e cheiros intensos. E a brancura dos lençóis ao vento encandeia mesmo com o dia posto. As obras foram recolhidas nas ruas – também mestriamente coloridas a café -, de onde o fado nunca saiu, nem nunca sairá.
Um destes dias, quando, sentado numa mesa do “Tejo bar”, rascunhava uma folha de papel com ideias para este escrito, Luís perguntou-me: “Vai sair uma letra para um fado?” As vozes de Lisboa vão sempre cantá-lo...
Bruno Martins
Lisboa, 2002.
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BIOBIBLIOGRAFIA
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•O PORTUGUÊS OU ESCRAVOS DA ESPERANÇA (romance), Campo das Letras, Porto. Prémio Edmundo Bettencourt – Prémio Literário Cidade do Funchal/2002, Madeira, Portugal.
• WAS BACH BRAZILIAN? - O PUTO DO ADUFE OU O INVENTOR DO BAIÃO (romance, em parceria com Mucio Sa), Editorial Teorema, Lisboa. Prémio FNAC/ Teorema, 2004, Lisboa.
• MÄI YUSHÎ-O ESPÍRITO DA ALDEIA (conto), edição de leitor pela Editorial Teorema, Lisboa. Prémio António Paulouro 2007, Câmara Municipal do Fundão, Portugal
• PUNK ROCK & CIA. OU O GRANDE GASTÃO UM ROMANCE PIMBA POR ESTÊVES OLIVEIRA (romance, em parceria com Luis Morgadinho), Edição de personagens sob a chancela das editoras Pangeia e Teorema, Lisboa.
• WAS BACH BRAZILIAN?… (em castelhano. Tradução de Ana Marquez) Edições Mimeógrafo, Lisboa.
• O LADRÃO DE SONHOS (contos e crónicas), Academia da Edição, Lisboa.
• QOMUNIQASSÃO I ESPRESSÃO – UM ARTIGU QOMUINTUMOR DI JORGE QARLUS, Fundação Cultural do Acre.
• CARNAVAL – 8 NOVAS CANÇÕES, edição de autor.
• CAFÉ – AS RECEITAS DO MANÉ (em várias línguas), edição de autor.
• DONA PETA – CONTO MINHA VIDA (romance em forma de entrevista), edição de autor, Lisboa.
• COLECTÂNEA DE POESIAS ACREANAS, Casa do Poeta do Acre – (com o 3º lugar no Concurso de Poesia da Casa do Poeta do Acre).
• POESIA ACREANA (colectânea) Cia. Teatro 4º Fuso e Universidade Federal do Acre.
• SOU HOMEM DE XAPURI CABRA MACHO PRA LASCAR/TRANSFORMAÇÕES (Literatura de Cordel) Edição de autor (clandestina), Rio Branco.
• DO NORTE E DO SUL (cordel) Edição de autor, Rio Branco.
• DE COMO, QUANDO E PORQUÊ O PROFESSOR ACREANO VENDEU CASTANHAS (cordel em parceria com vários autores) Edição ASPAC (Associação dos Professores do Acre).
• A PELEIA DE JORGE E NORMÉLIA COM… (cordel) Edição de autor, Rio Branco.
• POESIA CASEIRA, Fundação Cultural do Acre.
• NORMÉLIA-POEMA VIVO, edição de autor, Rio Branco.
• UM POEMA E OUTRAS BRINCADEIRAS, edição de autor, Lisboa e Rio Branco.
• CAFEOPEIA - A GRANDE AVENTURA DO CAFÉ, em parceria com Edison Nequete, edição de autor e na net: (http://cafeopeia.blogspot.com)
• UM NARIZ PARA O REI (farsa adaptada do conto homónimo de Jack LONDON. Editada pela Fundação Cultural do Acre e publicada no jornal A Nova Democracia, Rio de Janeiro).
• COLECÇÃO MAIS CINCO PINTORES (contos avulsos), edição de autor, Lisboa.
• OS ROMANOS NA AMÉRICA (conto), publicado no nº 1 da revista Itinerâncias, Matosinhos, Portugal.
• AS AGRURAS DE BEIRALDO ALMA (romance), Teorema, Lisboa.
- CAFÉ COM LETRAS
- É o que se diz e mais alguma coisa.
Jorge Carlos Amaral de Oliveira (facebook)
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