Voar não está na asa
está na mente
sentir que de repente
estou noutro lugar.
É imaginar que
sou indiferente
que estou ausente
bem perto do luar.
Voar é levitar nas palavras
e deixa-las formar poesia
é perder-me no tempo
com sinfonias.
Sinfonias com sonhos
por realizar, fronteiras abertas
para poder esvoaçar.
Esvoaçar e atirar-me
de um precipício
sem perder o juízo.
Voar não está na asa
está na causa, na causa
que provoca o desejo
o desejo de planar.
Cristina Duarte
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