Antissentimento- Ely Vieitez Lisboa



O amor não é bom
Ele quer o mal
Sente inveja e se envaidece
Da paz que se foi.
É jamais ganhar, só perder
Na dor, na dúvida, no medo
Da falácia, instável sensação
Da ânsia, do vazio, do oco
Da roubada alma.
É por vontade sonhar horizontes
E morrer sufocada entre montes
Grilhões do não saber
Quando ainda nem se viveu
E o fim já se delineou.
É servir, escravos os dois
Não há senhor / vencedor
Só nostalgia, amargura, a dor
Dos assinalados em desgraça.
Dos mortos na dúvida
Sufocamento sem fim
Porque o epílogo fatal
Prova sempre, efêmero, falaz
Que o amante sorve o veneno
Todavia não morre do mal.


Ely Vieitez Lisboa





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