De há muito eu te esperava
Sem saber que trazias
A chave de todos os mistérios.
Eras a resposta sagrada
Tesouro para mim guardado
Desde tempos imemoriais.
Hoje, quando me cobres
Com tuas asas de homem
De anjo? Transformas a vida
Em doce e manso happening
No paraíso só nosso
Ao nosso amor destinado.
Ah, Amado, é o verde, o silêncio
As flores coloridas que emolduram
Nosso ninho cálido, a brisa
Ou são tuas mãos tépidas
Que curam as chagas
Que a vida me presenteou
Como alçapões malditos
No inesperado das madrugadas?
Tu me tomas pelas mãos e dizes:
Vem, irmã, companheira, mulher minha,
O tempo dos sonhos e pesadelos
Tudo terminou. Sorris iluminado.
Como um deus, como meu homem.
Tu és plural. Menino, mago
Selvagem animal quando me possuis.
E tudo é belo, tem sentido
Porque sei que és meu
Nesta doce e mágica troca.
Ely Vieitez Lisboa
(*)Do livro Replantio de Outono, 2008.
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