Sempre que não amamos- Daniel Cândido da Silva

Sempre que não amamos é porque a razão interferiu na escolha. O amor, quando verdadeiramente sentido, envolve a pessoa num véu que outros não enxergam, mas que nos liga ao outro de forma única e singular. E só os motivos exteriores à vontade que impeçam uma eventual união, devem ser os espinhos no roseiral que nos levam a perceber a vida, mas não para nos determos nele lambendo as feridas e vivendo hipotecados por uma relação ilusória.
Cabe-nos gerir o amor como a primeira e última ratio do viver, deixando-nos de efabulações humanas alienantes, já que transferimos para um ideal o respeito que devemos a nós mesmos.
O príncipe encantado, ou a bela adormecida, que esperem também por nós! É que, por mais que nos custe (e custa), viver implica a sabedoria da inocência numa espera ou num encontro que não nos cabe determinar.

Daniel Cândido da Silva



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