Fernando Namora - biografia

Fernando Namora
Nasceu a 15 Abril 1919

(Condeixa-a-Nova)

Morreu em 31 Janeiro 1989
(Lisboa)

Fernando Namora, de nome completo Fernando Gonçalves Namora, médico e escritor português, autor de uma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.
 Filho de António Mendes Namora e de Albertina Augusta Gonçalves Namora, ambos oriundos de famílias de camponeses da aldeia de Vale Florido, do concelho de Ansião. Mais tarde, os pais abandonarão a agricultura e abrirão no rés do chão da casa que vão habitar em Condeixa, uma loja onde vendiam tecidos, lãs, fitas, etc.

A  sua actividade literária começou em 1932, quando ingressa no Liceu Camões, de Lisboa, onde permanece durante dois anos. Aí redige e ilustra um jornal do Liceu, manuscrito. Em 1935, de novo estudante em Coimbra, agora no Liceu José Falcão, surge como director do Jornal académico Alvorada. Durante esse período escreve o seu primeiro livro, Almas sem Rumo, colectânea de novelas, que ficou inédito. Em 1937, tendo como co-autores Carlos de Oliveira e Artur Varela, publica o livro de contos Cabeças de Barro e no ano seguinte publica o seu primeiro livro de poemas, Relevos e publica o romance As Sete Partidas do Mundo, que obteve o Prémio Almeida Garrett. A partir daí, Fernando Namora mantém uma actividade constante de escritor paralelamente com a de médico até 1965, ano em que abandona a sua actividade médica e se dedica por inteiro à escrita. 


´´Ali, a dois passos da Vila, o Rio de Mouros. Nasceu de um fio de água, do suor de uma rocha, entre urzes e montes. Ainda a meio da serra, é um ribeirito que não dá para matar a sede a um rebanho. Mas depois, a terra começa, subitamente, a ficar brava, com penedos que têm o ar de montanhas, e o rio despenha-se entre os silvais e as fragas em som e espuma, com um fragor que, de Inverno, com as cheias, estremece os ouvidos da serra e dos homens.´´ – texto de 1941.


É possível visitar a casa onde Fernando Namora nasceu.

Inaugurada em 30 de Junho de 1990, esta iniciativa resultou da ideia de um grupo de amigos, seus conterrâneos, que quiseram homenageá-lo através da proposta da criação de uma Casa-Museu, de modo a recordar a todos, e nas palavras do Sr. Ramiro de Oliveira, que é Condeixense e que aqui viveu a sua infância e parte da mocidade.

Aberta ao público desde então, nela se pode encontrar o seu escritório, tal qual estava em Lisboa, com todos os seus livros e objectos pessoais, e que acabou por ser o destino do que fui acumulando ao longo dos anos, coisas minhas, coisas do que vi e vivi e ainda valiosas coisas alheias que de algum modo se relacionam comigo. - carta de 7 de junho de 1984.



Comentários