FOGO DE ROSAS- Ana Barbara Santo Antonio

FOGO DE ROSAS
O tempo arde
Fogo feito
Vem desmanchar-me
A pele incandescente
Na fogueira do peito
O lume que me arde
Aceita e consente
Ainda que tarde
A labareda
Que o sente
Abruptamente
A pedra cai
Vêm as tuas mãos
Sensivelmente
Meigas delicadas carinhosas
Agarrar o infinito entre os dedos
A escorrer a seiva que se esvai
De espinhos a seda dessas rosas
Pétalas incendiadas de segredos
Na pele o húmido esplendor atrai
Da boca o néctar doce do prazer
Fogo odor inebriante de sentidos
As mãos que desfolhas de bem querer
No abrupto estremecer de gemidos
O instante gozo êxtase delirante
No teu olhar misterioso amante
As mãos por caminhos perdidos
As rosas um perfume distante
Na pedra impregnados desassossegos
Pétalas rosas os teus dedos
Nos meus entrelaçados
Em abraços enternecidos
Acesas as tuas mãos
O magma a escorrer
Por vales abraçados
Da montanha a encosta
E todo teu corpo gosta
Incandescente querer
Em explosões de prazer
As tuas mãos calorosas
Flores de fogo vivo
Quente o sentido
Chamas pétalas rosas
A desmanchar num gemido
Um grito de amor
Pedra seda pelas mãos tecido
O fogo acendido
Húmido calor
Ardido
...
musa

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