01 Sempre componho histórias
Contendo linhas em rimas
Muitas vezes elas começam
Sem um tema que as domina
Mas no correr dos ditames
Me lembro de algum nome
Então escrevo em cima
02 No caso deste cordel
Eu comecei simplesmente
Sem ter ideia formada
Para essas linhas correntes
Mas tendo uma meditada
Eu pude ver numa estrada
Muitos bois à minha frente
03 Tendo aquela visão
Me lembrei de uma viagem
Que eu fazia a trabalho
Numa distante paragem
Era Presidente Prudente
Uma terra de boa gente
De São Paulo, bela imagem
04 Naquele dia eu deixara
O meu carro em Ribeirão
Portanto eu fui de ônibus
Pra descanso da atenção
Eu só tinha um cliente
No centro de Presidente
Pra que ir de carro, então?
05 Terminei minha assistência
Por volta das três e trinta
Segui pra rodoviária
Com as horas não se brinca
As quatro de lá saia
Um ônibus que levaria
De passageiros uma trinca
06 Porém em uma esquina
Encontrei um conhecido
Que de Ribeirão pra presidente
Ele cedo tinha ido
Por ele estar sozinho
De regresso no caminho
Convidou-me como amigo
07 Achei bom o tal convite
Pois poderia chegar
Mais cedo em Ribeirão
Onde estávamos a habitar
Foi assim que na Rodoviária
Por aquela boa prepara
Eu nem precisei parar
08 Convem dizer que o rapaz
Era um ateu de nascença
Mas sabendo de minha convicção
De em Deus ter santa crença
Logo puxou um assunto
Querendo saber o fundo
Por que Deus era valência.
09 Eu não confio em Deus
Dizia me contestando
Veja aqui o meu revolver,
Logo ele foi me mostrando
Só confio no dinheiro
No meu revolver certeiro
Aquilo eu ia escutando
10 Como eu era um carona
Procurei silenciar
Porém ele se gabava
Por em Deus não acreditar
No acelerador pisava
A cento e vinte guiava
Para o carro deslanchar
11 Porém num certo momento
Deus me deu uma visão
Numa curva da estrada
Que distante estava então
Mas lá havia uma boiada
Dormindo em meio à estrada
Que daria confusão.
12 De Deus na visão dada
Eu pedi para o rapaz
Diminuir a velocidade
Naquela deserta estrada
Pois dois km a frente
Se não fosse ele prudente
Teríamos final parada.
13 Realmente aconteceu
Aquela minha visão
Porém pelo meu alerta
Evitou-se a colisão
Várias vacas iam morrer
Também íamos perecer
O ateu viu que Deus era bom!
Luzirmil
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