Paz- Nely Cyrino de Mello



O  ocaso dourado
borda fímbrias no algodão róseo
sobre azul.
A noite cai, fechando as pálpebras da terra.
No estojo de veludo azul marinho
estrelas flertam com a lua,
deusa nua, grávida de luz.
Afasto os fantasmas da janela.
Nuvens não temem o vento fugaz.
Parece que toco o céu com a mão,
o coração, pleno de paz.
No quintal da alma, na palma da mão,
o coração, descalço, descansa no chão.
Na quietude, a paz desfaz medos,
tristeza e aflição.
A mente abre as asas
carregando o mundo ao teto do céu
em profunda oração.

Nely Cyrino de Mello



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