Teia de aranha da ilusão as malhas
teces, compondo tão rico bordado.
Quanta beleza e atração espalhas
na prata fina desse teu rendado!
A mocidade, inseto descuidado,
buscando gozos glórias e lazer,
cai prisioneira do engenhoso agrado
que em fios mimosos fazes entrever.
Teia de aranha chamo eu à vida
que nos encanta e, em noss’ alma a ferida,
deixa da dor e da desilusão.
Teia de aranha é a rede da existência
que nos cativa sem dó nem clemência
e fere fundo o nosso coração.
Octávia Compagno Cyrino
(mãe de Nely Cyrino de Mello)
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