Ninguém ma descreveu, mas era ela…
Passou por mim, airosa como a flor;
beleza que valesse o teu amor,
devia ser precisamente aquela…
E segredou-me a voz interior:
"Repara atentamente como é bela!
Não te parece a graça duma estrela,
tomando movimento, forma e cor? "
− Que julgas se passou na minha ideia?
Desgosto enorme de sentir-me feia
ou mágoa de a não ver feia também?
Se a inveja é predicado de mulher,
naquela ocasião deixei de o ser
e, só por teu amor, eu quis-lhe bem!…
Marta de Mesquita da Câmara
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