Marta de Mesquita da Câmara teve ascendência açoriana, pois foi filha do escritor e publicista Teotónio Simão da Câmara Lima, e a sua mãe era tia do escritor e jornalista Alfredo de Mesquita.
Publicou em 1924 o livro de versos Triste, que teve grande aceitação junto da crítica, consagrando-a como poetisa. As obras que se seguiram afirmaram essa reputação, merecendo de Jaime Cortesão o elogio de terem lugar entre a melhor poesia portuguesa pela elevação do sentimento e vigor da forma louvando-lhe o sentimentalismo contido e a depuração formal. Também João Gaspar Simões a coloca entre as principais poetisas portuguesas, comparando-a a Florbela Espanca. Foi também distinguida por José Régio na sua acção de crítica literária.
Publicou em 1940 a obra Conte uma história, um conjunto de contos, poesias e fábulas destinadas ao público infanto-juvenil. Neste mesmo género literário manteve uma secção permanente no jornal O Primeiro de Janeiro e colaborou com diversos outros periódicos, assinando com o pseudónimo Tia Madalena.Também foi tradutora de autores de literatura infantil.
Pertenceu aos corpos directivos da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
A obra poética de Marta de Mesquita da Câmara foi reunida em Poesias Completas, saída a público em 1960. Conhecem-se, contudo, criações posteriores publicadas em periódicos.
Marta de Mesquita da Câmara é lembrada na toponímia de uma rua na Foz do Douro.
Principais obras:
Triste, 1924.
Arco-Íris, 1925
Pó do teu caminho…, Lisboa, Edição da "Seara Nova", 1926.
Triste: versos (2.ª edição aumentada de muitas poesias inéditas). Porto: Tavares Martins, 1934.
Conte uma história (contos infantis), Porto, 1940.
Poemas, Porto: Ed. O Primeiro de Janeiro, 1952.
Era uma vez… (1.ª edição), Porto: Liv. Figueirinhas, 1954.
Era uma vez… (2.ª edição), Porto: Liv. Figueirinhas, 1957.
Poesias Completas, Porto, 1960.
Recreio (contos) Porto: Figueirinhas, 1960.
Canteiro dos meus amores (contos), Porto: Figueirinhas, 1958.
Canteiro dos meus amores (contos infantis), Porto: Liv. Figueirinhas, 1962.
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