Pousei os olhos naquela foto amarelecida,
sem o ansioso filtro da inocência.
O tempo derrubou as promessas de juras,
escombros de ardor, descoloridas ternuras.
O relógio da vida, mirrou a flor, que jaz esquecida
na carta de amor, que me marcou a adolescência.
Não souberam os meus loucos dias resistir,
aquele e ao outro ninho de sedas, linho e lã.
O destino cruzou-se, no desejo de ser desejado,
na malicia do beijo e o querer ser beijado.
Entre partir ou ficar…, escolhi por onde ir!
Ficando no cio despertado daquela manhã.
Os anos galgaram as sombras esconjuradas,
debutando algumas rugas nas faces resignadas.
Fecho o baú e com ele tudo o que aconteceu,
arbítrio de um destino que o momento reviveu…
João Murty
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