Aquela não era uma formiga comum. Ah, não era mesmo!
Enquanto as outras corriam de lá pra cá, numa corrida frenética, ela estava ali, parada, olhando para os lados, sem fazer absolutamente nada.
De repente veio em minha direção. Examinou bem meu pé e começou a escalá-lo.
O que pretende fazer, essa bendita formiga? Fazer-me de escada para ter melhor visão ou ser melhor vista? – me perguntei.
E ela veio subindo.... subindo....
Eu, observando-a.
Quando alcançou o dorso do meu pé, o que fez?
Fincou-me o ferrão!
Meu primeiro impulso foi esmagá-la, mas me contive.
Apenas continuei olhando-a. Do mesmo modo que subiu, desceu.
Que vidinha mais insossa deve levar essa formiga! – pensei.
Comparei aquela formiga a certas pessoas que depois de nos usarem como escada para subir na vida, nos ferroam e são mal agradecidas.
Oitava Antologia Ponto & Vírgula - Pág. 79
Editora: FUNPEC 2016
Coordenação: Irene Coimbra
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