Ela se foi, assim, de uma maneira fina e elegante, após o chá. Seu rosto era marcado pelo sorriso. Em quase tudo via graça. Filha, esposa, mãe, mulher, avó, sogra, irmã, vizinha, amiga e companheira. Um ponto de referência. Fazia da vida uma festa! Ficar perto dela era estar com a alegria.
No nosso último encontro descobri que gostava de mapas. Disse que estudar era um prazer e que, se a vida lhe tivesse dado mais oportunidades, teria aprimorado seus estudos em Geografia e Português.
A boa macarronada, o bolo, o café, as plantas nos vasos do seu jardim. Amou, como poucas mulheres aprendem a amar, vivia um dia de cada vez. Uma fé inabalável fez com que ela permanecesse firme diante dos desafios da dor.
Artista por natureza, criava e recriava a vida como a linha e a agulha procuram encontrar o melhor ponto do crochê. Às vezes surgia um pássaro, um peixinho, uma coruja, uma flor ou uma borboleta e seguia em frente, prestimosa, até que sua obra ficasse pronta sem perder o fio da meada.
Sentimos sua falta minha querida, com certeza!
Você viverá em nossos corações como alguém que acreditou que viver é uma M a r a v i l h a!
Oitava Antologia Ponto & Vírgula - Pág. 96
Editora: FUNPEC 2016
Coordenação: Irene Coimbra
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