Quem diz que gatos não gostam de chuva
Ainda o mês de Fevereiro está a começar
Uma água fria e turva
Embacia e humedece o olhar
Envergonhando o entardecer
Pinta um arco-íris sobre o telhado
E no muro do casebre abandonado
Um gato parece entristecer
Mia um pranto de apaixonado
À espera de ser correspondido
Mas a chuva mói lhe o sentido
As gatas de pelo macio
Andam arrefecidas de cio
Trepam muros árvores paredes
Escondidas pelas sebes
Talvez em telhados de zinco
Nem dos sentidos os cinco
Armam a ratoeira do amor
Nem adoçam a gritaria
Ou sossegam tal fulgor
Que com reticências apimentem a poesia
E arranhem sem provocar dor
Com mimos de recatada alegria
Pois Janeiro findado Fevereiro a correr
Há que aproveitar o prazer
Não vá o Março ser molhado
...
musa
Ainda o mês de Fevereiro está a começar
Uma água fria e turva
Embacia e humedece o olhar
Envergonhando o entardecer
Pinta um arco-íris sobre o telhado
E no muro do casebre abandonado
Um gato parece entristecer
Mia um pranto de apaixonado
À espera de ser correspondido
Mas a chuva mói lhe o sentido
As gatas de pelo macio
Andam arrefecidas de cio
Trepam muros árvores paredes
Escondidas pelas sebes
Talvez em telhados de zinco
Nem dos sentidos os cinco
Armam a ratoeira do amor
Nem adoçam a gritaria
Ou sossegam tal fulgor
Que com reticências apimentem a poesia
E arranhem sem provocar dor
Com mimos de recatada alegria
Pois Janeiro findado Fevereiro a correr
Há que aproveitar o prazer
Não vá o Março ser molhado
...
musa
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