A Maria dos povos, sua futura esposa- Gregório Matos



Discreta, e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:

Enquanto com gentil descortesia
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora,
Quando vem passear-te pela fria:

Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.

Oh, não aguardes, que a madura idade
Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada.














Comentários

Ana Góis disse…
“Sua mulher fugiu de casa para a do tio, desesperada das desenvolturas de Gregorio de Mattos. O tio querendo restabelecel-a na amizade de seu marido, procurou a este, que concordou em que ella voltasse para a casa, porém somente com a condição de que a receberia, sendo-lhe ella apresentada por um Capitão do matto como escrava fugida, acto que se executou da forma mais decorosa, pagando Gregorio generosamente ao Capitão do matto; e protestando que, desde então, todos os filhos que tivesse, se chamariam Gonçalos, para que se dissesse que sua casa era de Gonçalo, onde a gallinha pode mais que o gallo.” Annaes do Archivo Publico e Inspetoria de Monumentos, vol. XIX, Bahia, Imprensa Official do Estado, 1931, p. 220-221.
Muito obrigada Ana Góis pelo excelente comentário. Um comentário que vem enriquecer este espaço. Que continue presenteando, assim, gratuitamente, aqueles que se apresentarem no seu caminho. Abraço fraterno!

Fernanda