Não repares na cor dos meus cabelos
Sem ler primeiro Anacreonte*,
Verás que os sonhos juvenis, mais belos,
Também se evolam de enrugada fronte.
O espírito do poeta é sempre moço,
O coração nunca envelhece...
Basta um sorriso, um nada, um alvoroço,
E tudo nele se ilumina e aquece.
Muita vez os cabelos embranquecem
Na dor de horríveis sofrimentos...
Não são os anos que nos envelhecem;
São certas horas más, certos momentos...
António Feijó
Em Cabelos Brancos.
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