Segura na terra apontando o céu
com raízes firmes que a vida lhe deu,
ao sabor do vento mostra a rebeldia
e a força da seiva com que um dia nasceu.
À terra vai buscar os alimentos,
ao mar os olhares atentos
que de longe pode desfrutar
como desfrutou em tempos. ..
É assim esta árvore
que vejo da minha janela
com um majestoso tronco,
e sólidas raizes que resistem
ao tempo e aos vendavais.
Mas...ingratidão desmedida,
ou injustiça da vida,
a natureza se esqueceu
de dar a esta árvore
os ramos que sempre mereceu.
Tão pequenos, tão virtuais, tão sem ambição.
Vivem à sombra do tronco, não querem crescer,
para que um dia possam devolver,
a sombra ao tronco que os fez nascer.
Eu fico intrigado com o correr dos anos,
porque neste momento não posso esquecer
que esta árvore merecia melhores ramos
do que aqueles que a natureza lhe quis oferecer.
Eduardo Mesquita
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