Tinha um pequeno parque zoológico
que ficava ao lado daquela pizzaria-pastelaria
onde a gente comeu as fofas,
no centro da Povoação.
Aquela galinha mágica brilhava
com aquelas cores vivas:
amarelos, vermelhos e laranjas.
Eu não sabia o que era um faisão,
mas havia um vinho verde com o nome do pássaro.
Lembrei um companheiro do ensino médio,
aquele argelino com esse mesmo apelido.
Galiforme, dizia a enciclopédia.
À tarde a seguir fui passear pelas Portas do Mar.
Mudei as cores do faisão pelas cores do céu:
Lilás, azuis e cor de rosa.
Tinha nuvens com forma de algodão e
uns alemães aprendiam cumprimentos em português
na porta daquele restaurante onde Bruno, o italiano, estagiou.
Pedi lume a uns turistas Lisboetas,
mas não tinham, não fumavam.
Apanhei a costume de escrever pelas manhãs,
embora sabia que ninguém ia me ler.
No museu também tinha faisão,
tinha o faisão dourado morto, dessecado.
Taxidermia, diz a enciclopédia que é uma arte.
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