Busco incessantemente o cérebro do mundo,
essa lava que me dói o corpo inteiro
esse caos, essa ordem desordenada
cuja vertigem
se apodera das fêmeas
e da volúpia que trilha caminhos novos.
Ah ser inteira e tão despedaçada
ó venusta peregrina!
Busco as palavras perfeitas
mas todas já foram celebradas
no fogo do meu e do teu baptismo
meu Irmão,
que desolação
não haver palavras mais
despertas
nem tão pouco o cérebro do mundo
esse que algures possa existir
e me escorra dos dedos
deixando-me gritos, tantos
dentro da cabeça.
Ah não parar o pensamento,
estancá-lo com um garrote,
cicatrizá-lo.
Vai peregrina, leva a loucura
morde o silêncio,
o cérebro do mundo é nada
busca somente o voo das andorinhas.
© Célia Moura – a publicar “Terra De Lavra”
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