Do caminho que percorremos
Sem chegar nem partir
Tão distante já
De tudo o que já dissemos
Já fizemos existir
E no silêncio despir
As inúteis vestes do despudor
Caminhantes do amor
Tão distantes e ignorados
Na lágrima prisioneira
Como um barco sem remos
Um cais de pedra e de madeira
Sinais da vida em abandono
Qual caixão onde morremos
E nos amamos
Da primavera ao outono
Toda uma vida inteira
E sem haver tempo de despedida
Num longínquo adeus
Deixamos
Toda uma vida
...
musa
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