Está a chegar a noite, traz de ontem, a neblina
o precoce movimento do sol envaidecido,
escorre no seu tom cinzento toda a adrenalina,
por pousar na cama de um brilho vencido.
Motores, ruminantes da noite, num silêncio curtido
passam mesmo ao lado desta digestão divina,
tropeçam no meu copo de vinho adormecido,
esvaziando–se na minha sede...eterna inquilina.
Grasnam os gansos...passeiam–se as trelas,
a relva se reflecte nos vidros das janelas
ao longe um relâmpago solta–se atroz
Um felino manso impera e salta da varanda,
mostrando ao seu dono que a liberdade é que comanda,
enquanto uma escritora no teclado solta a voz.
Eduardo Mesquita
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