Que o universo cuide a mulher
que todas as noites
se deita ao teu lado.
Que aprendeu a amar-te
e se fez mãe dos teus filhos.
Que vive de gritos
e de silêncios
e partilha contigo
a chuva
e o vento.
Constrói pontes
entre passado
presente
e futuro
e derruba fronteiras
todos os dias.
Esquece
perdoa
entende
como se ao aceitar
multiplique sonhos.
Lê no teu olhar
segredos em braille
e todas as noites
dá corda
ao bater do teu coração.
Imagino o tamanho desse amor
a estender raízes de sentidos
pelas veias da alma
e a enlaçar a pele
de memórias.
Se fosse eu
essa mulher
perdoaria cada segundo
de ausências por retalhar
ou as sombras secretas
em detalhes da noite
a recordar outro corpo
outros olhares de reticências
e os entalhes
da súbita urgência
dos porquês.
Sou uma
das que o amam
de insana paixão
e vive a loucura
de esperar um beijo
como quem aperta uma mão
em despedida.
...
musa
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