No decorrer das nossas vidas deparamo-nos com
imensas situações que, pela positiva, e/ou pela negativa, nos afetam
permanentemente e, quantas vezes, para o resto da existência. Os valores e
sentimentos que cultivamos, e defendemos, são dimensões que tanto podem
conduzir à felicidade, como à desventura.
Poderá ser insuficiente, para vivermos felizes: a
posse de determinados bens materiais e/ou a realização profissional; a obtenção
de um estatuto social de prestígio, títulos e honrarias. Por outro lado, muitos
bens imateriais são essenciais para a felicidade e dignidade humanas.
Conquistar e consolidar um amigo verdadeiro, leal,
solidário e confidente, pode demorar muito tempo, mas, é um “Bem” tão
importante que muito dificilmente alguém conseguirá viver feliz sem ele. Perder
um amigo, acontece, muitas vezes, em poucos segundos, a partir do momento em
que se verifica que já não existe o SAL da vida: Solidariedade, Amizade e
Lealdade.
A Amizade incondicional de um amigo é uma riqueza inestimável,
eventualmente, a par de outros bens, um dos valores mais personalizados. Por
isso, a Amizade de um verdadeiro amigo, devemos preservá-la, lutar com “unhas e dentes”, contra tudo, e contra
todos, que no-la queiram tirar ou diminuí-la.
Uma afeição verdadeira, alicerçada nos valores da
Solidariedade, da Amizade, da Lealdade, da Confiabilidade, da Gratidão e da
Reciprocidade profundas, será sempre muito difícil de destruir, todavia, se
tais valores não existem, ou deles não estamos seguros, então viver-se-á numa
falsa e impostora “amizade”, o que,
quando descoberta, provoca profunda mágoa, dor e tristeza. Pode,
inclusivamente, conduzir à depressão e, em última instância, ao suicídio da
pessoa traída, nos seus valores, e sentimentos mais nobres.
A radicalidade de um “Amor-de-Amigo”, não é
compatível com posições que ofendem aquele sentimento tão honroso, com atitudes
e comportamentos de permanente indiferença para o com amigo, e agradabilidade
sistemática para com aqueles que sabemos terem ofendido o nosso verdadeiro
protetor.
Em boa verdade, é impossível ser-se solidário com
quem não é solidário connosco, ou com os nossos amigos, com quem se relaciona
com aqueles que nos ofendem, a nós ou ao nosso amigo. Quando existe este duplo
posicionamento, infelizmente, vai resultando enquanto as pessoas não se
apercebem dele, e que quem o usa, está a ser desleal para com o amigo
verdadeiro.
Por vezes, ganha-se um amigo e com ele convivemos
determinado tempo da nossa vida, até que, pelas mais diversas e, eventualmente,
fúteis circunstâncias, decidimos abandonar tal amigo, mesmo sabendo que estamos
a desconsiderá-lo, magoá-lo e a humilhá-lo, que ele não merece certas atitudes
de indiferença, desprezo e até de ódio disfarçado, da nossa parte.
Entretanto, encontramos outras pessoas que nos
podem ser, num dado e muito específico momento, materialmente mais
“necessárias”, para atingirmos determinados objetivos e, estas pessoas, assim “angariadas” e/ou “descidas à terra”, quais
“Salvadoras da Pátria”, passam,
então, para primeiro plano, enquanto que, a/o verdadeira/o amiga/o é atirada/o
para a “prateleira dos “desprezados”, dos “substituíveis”, enfim, dos
“descartáveis”
Mas o mundo é realmente muito pequeno e, a torná-lo
cada vez mais uma aldeia de interdependências, está todo o processo de
globalização. O mundo começa a estar repleto de “esquinas”. A vida prega-nos partidas e o “destino”, por vezes, é irónico e cruel. Manter os amigos com provas
dadas, é uma capacidade que se tem de aperfeiçoar, conscientemente, para evitar
vivermos ao sabor das correntes, onde todos navegam e procuram salvar a pele,
na hora do naufrágio.
Quando, por qualquer motivo, estamos bem na vida,
ou julgamos que o estamos, entendemos que já não voltamos a precisar de quem
foi nosso amigo, de quem sempre esteve ao nosso lado, mas que deixou de ter
interesse para nós, porque, consideramos, então, que já não necessitamos mais
desse amigo, eis que, numa reviravolta do “mar
da vida”, ficamos numa situação de grande fragilidade humana, moral,
sentimental e material.
Inevitavelmente, recordamos aqueles que foram nossos verdadeiros amigos que, durante uma fase da nossa vida, nos ajudaram em tudo o que carecemos, que estiveram ao nosso lado nas horas boas, mas também nos momentos mais difíceis da vida, contudo, quando julgamos que não iriamos precisar mais deles, os afastamos cruelmente, por vezes através de estratégias meticulosamente calculadas, até com a ajuda da/o/s nova/o/s supostas/o/s amigas/o/s, onde não faltam a injustiça, a ingratidão e a humilhação, para quem as sofre, no mais fundo da sua dignidade, e dos seus sentimentos.
Podemos viver muitos anos com um estatuto de “superioridade” social, financeira, profissional e até etária, esta em função de uma ainda relativa juventude. Acreditamos que os amigos mais maduros, acabam por “desaparecer” primeiro, naturalmente, no que respeita à sua existência física. Podemos pensar que nunca mais vamos “aterrar” no território dos “comuns e pacatos mortais”, onde “residia” esse amigo.
Somos tentados, então, a agir, com indiferença e insensibilidade, contra os mais fracos, mesmo que numa determinada fase das nossas vidas, quando, realmente, estávamos na “mó de baixo” esses tais, amigos verdadeiros, que agora nos parecem frágeis, nos tenham apoiado incondicionalmente, nos hajam aberto os seus corações, e entregue os seus mais nobres sentimentos.
Podemos viver muitos anos com um estatuto de “superioridade” social, financeira, profissional e até etária, esta em função de uma ainda relativa juventude. Acreditamos que os amigos mais maduros, acabam por “desaparecer” primeiro, naturalmente, no que respeita à sua existência física. Podemos pensar que nunca mais vamos “aterrar” no território dos “comuns e pacatos mortais”, onde “residia” esse amigo.
Somos tentados, então, a agir, com indiferença e insensibilidade, contra os mais fracos, mesmo que numa determinada fase das nossas vidas, quando, realmente, estávamos na “mó de baixo” esses tais, amigos verdadeiros, que agora nos parecem frágeis, nos tenham apoiado incondicionalmente, nos hajam aberto os seus corações, e entregue os seus mais nobres sentimentos.
Mas, como em tudo na vida, “Não há
bem que sempre dure; nem mal que nunca acabe”. Fazem-se grandes “castelos”, em cima das areias movediças
das ilusões da vida. Trocam-se amizades sólidas, solidárias e leais, por
bajulações, aparências e circunstancialismos momentâneos.
Deixamo-nos seduzir por futilidades, por ofertas momentâneas de
colaboração (e que nós até precisamos, justamente, dada a nossa fragilidade,
ignorando que tais pessoas, que sabem aparecer na hora certa, já nos ofenderam,
ou ofenderam os nossos verdadeiros amigos), com vernizes, punhos de renda, que
escodem, em muitas pessoas: a hipocrisia, a manipulação e a conquista fácil de
supostas amizades.
Mas isso acabará um dia. Acordaremos, então, para uma dolorosa realidade
que, de fato, não pensamos pudesse vir a acontecer, e logo connosco.
Deixamo-nos inebriar pelas aparências, queremos juntarmo-nos às maiorias, mesmo
que isso vá contra os mais elementares princípios da nossa dignidade.
Esquecemo-nos que, quanto mais tempo permanecermos nesta situação, muito
menos hipóteses teremos de sairmos dessa “lama”
de umas certas amizades impostoras, dissimuladas, maledicentes, implacavelmente
estigmatizantes, para o resto da nossa vida.
Ignoramos que, entretanto, os nossos verdadeiros amigos que, em relação
a eles, tudo fizemos para, cirurgicamente, os afastar, desconsiderar,
ridicularizar, humilhar e magoar, estão sofrendo porque se sentiram traídos,
trocados, abandonados. A fragilidade dos nossos valores “bateu no fundo do poço” da incompreensão, da insensibilidade, da
ingratidão. De facto, somos muito fracos.
Recordaremos, então, todo um passado de amizade pura e solidária, que os
amigos agora desprezados, nos proporcionaram. Poderá ser tarde, para recuperar
os amigos, os princípios, os valores e os sentimentos. Tudo isto faz parte da
fragilidade humana, contra a qual teremos de lutar, especialmente se a nossa
vida, e a nossa relação com o “Outro”, que queremos ter por Amigo, for de
Solidariedade, Amizade e Lealdade, SAL da vida.
No fim da existência, e para aqueles que de alguma
forma, e por circunstâncias diversas, connosco conviveram, será feito o
balanço, eventualmente, transmitido de uns para outros, podendo chegar,
inclusivamente, ao conhecimento daqueles que nos eram mais próximos: pais,
cônjuge, filhos, amigos, colegas.
As ações, realmente, ficam com quem as praticam,
mas o julgamento, justo ou injusto, será feito, desde logo a começar pelo “Tribunal da nossa Consciência”, ao qual
não conseguiremos escapar, porque do passado ninguém poderá fugir.
A sentença ditada pelo “Tribunal da Consciência” será rigorosa, a pena consistirá em
receberem, na mesma moeda, tudo o que fizeram, de bom ou de mal, certamente.
Este “Tribunal” colocará, então, a
nu, toda a nossa fragilidade e, eventualmente, considerará esta nossa fraqueza,
como uma possível atenuante, porém, a culpa, o remorso, o sofrimento, isso não
mais nos abandonará para o resto da vida.
Podem os racionalistas, os materialistas os
positivistas e todas as pessoas insensíveis a determinados princípios, valores
e sentimentos, pensar que isto são teorias, “delírios”, de quem alguma vez se sentiu desprezado, traído,
humilhado. Mas não devem ignorar que, ao pensarem assim, também revelam uma
flagrante e indisfarçável fragilidade, encapuzada, nas alegadas atitudes
práticas, de uma vida real, concreta e objetiva. São as fragilidades Humanas.
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
TÍTULO NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a
“GRANDE CRUZ DA ORDEM INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro
Álvares Cabral” pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de
COMENDADOR
das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil
DOCTOR
HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura
Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.
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