SERÃO- MiguelTorga


Lento, o poema
Vai ardendo e abrindo
Na fogueira.
E ponho-me a cantá-lo
Sonolento:
Lume alentejano
De lenha de azinho;
Calor do calor...
O sol da charneca,
Depois de ser tronco,
Depois de ser rama,
Depois de cortado,
Depois de secar
À própria torreira,
Ainda a brilhar
No céu da lareira!

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