Sou repórter igual a todos, talvez.
Todos dão o melhor para o seu jornal.
Mas a reportagem que fiz, certa vez,
dificilmente farei outra igual.
Em uma cidade do interior,
um jovem bancava o Papai Noel.
Era Natal e, com muito amor,
Distribuía brinquedos a granel.
Nenhuma criança ficou sem presente,
e a quantidade era imensa.
Por ser coisa rara este tipo de gente,
despertou as mulheres e os homens da imprensa.
Para furar a notícia na frente cheguei.
Tentei várias vezes, mas ele fugia de mim.
Graças às crianças foi que eu lhe abordei.
Com a voz semi-rouca respondeu-me assim:
“Isso, seu repórter, é dor de consciência.
Desde garotinho. Deixei os meus pais.
Ficaram doentes com minha ausência.
Ambos faleceram em busca de paz.
Humildes, bondosos com boas finanças,
do outro mundo avistam o seu imundo herdeiro.
Ajudo pessoas carentes, mormente as crianças,
porque não mereço este dinheiro.”
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