Pranto--Eduardo Mesquita

Cantam as aves no bosque, tristes, por quê?
Saberão da minha amargura para comemorar?
Porque penam a minha vida que ninguém vê,
que moribunda se passeia a prantear.

Deveras será um canto triste a diluviar,
lágrimas deste pálido livro que ninguém lê,
páginas como pétalas ressequidas de um buquê,
que dão motivo às aves para assim cantar.

Nostálgica, no calor da manhã se vagueia a calma,
com cantos, choros inconsoláveis da minha alma,
lamentos infindáveis que em mim se inspiram.















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