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COMO O MAR, OS BEIJOS- Vicente Aleixandre
Não importam os emblemasnem as vãs palavras que são um só sopro.Importa o eco do que ouvi e escuto.Tua voz, que morta vive, como eu que ao passaraqui ainda te falo.Eras mais consistente,mais duradoura, não porque te beijassenem porque em ti era assim firme a existência.Talvez porque como o marque invade a areia temerosa se afunda.Em verdes ou em espumas o mar, se afasta.Como ele se foi e voltastes e nunca voltas.Talvez porque, girandosobre a praia sem fim, não pude achar-te.O vestígio de tua espuma,quando a água se vai, resta nas bordas.Só bordas encontro. Só o fio de voz queem mim ficara.Como uma alga teus beijos.Mágicos na luz, pois mortos retornam.
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