PENETRÁLIA- Olavo Bilac


Falei tanto de amor!... de galanteio,Vaidade e brinco, passatempo e graça,Ou desejo fugaz, que brilha e passaNo relâmpago breve com que veio...

O verdadeiro amor, honra e desgraça,Gozo ou suplício, no íntimo fechei-o:Nunca o entreguei ao público recreio,Nunca o expus indiscreto ao sol da praça.

Não proclamei os nomes, que baixinho,Rezava... E ainda hoje, tímido, mergulhoEm funda sombra o meu melhor carinho.

Quando amo, amo e deliro sem barulho;E quando sofro, calo-me, e definhoNa ventura infeliz do meu orgulho.


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